Ivo Pessanha, chefe da Divisão de Geologia
Marinha,
faz sua apresentação no Rio Acoustics |
O Serviço Geológico do Brasil sediou, pela segunda vez, o 3º Simpósio de
Acústica em Geociências Subaquáticas (RIO Acoustics 2017), de 25 a 27 de julho.Este simpósio é um evento único bianual, realizado na América Latina,
que conecta cientistas e profissionais de mais de 30 países para trocar
conhecimento, experiência e melhores práticas na investigação acústica de
ambientes e ecossistemas subaquáticos.
Ivo Pessanha, chefe da Divisão de Geologia Marinha DIGEOM), discorreu
sobre “A Geologia Marinha na CPRM”, informando sobre a missão de produzir
informações geológicas, de caráter técnico, econômico e ambiental, necessárias
para subsidiar a tomada de decisão por parte de empresas, públicas e privadas,
e órgãos governamentais brasileiros quanto às atividades de exploração mineral
e gestão ambiental da Plataforma Continental Jurídica do Brasil (PCJB) e de
áreas internacionais adjacentes promovendo o desenvolvimento técnico-científico
e socioeconômico de forma sustentável.
Outro ponto destacado por ele foi o interesse do Estado brasileiro de
ampliar a presença brasileira na região do Atlântico Sul e Equatorial também pelo
enfoque político estratégico.
As atividades da CPRM estão
sendo executadas segundo dois grandes programas nacionais executados no âmbito
da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), aos quais a CPRM
exerce a coordenação técnica e operacional: Programa de Avaliação da
Potencialidade Mineral da Plataforma Continental Jurídica Brasileira (REMPLAC) e o Programa de Prospecção e
Exploração dos Recursos Minerais da Área Internacional do Atlântico Sul e
Equatorial (PROAREA).
Ivo Pessanha informou que no
âmbito do REMPLAC as atividades da CPRM estão sendo executadas segundo três
projetos principais: Plataforma Rasa do Brasil, Prospecção e Exploração de
Diamantes na Plataforma Continental Adjacente à Foz do Rio Jequitinhonha (BA) e
Projeto de Prospecção e Exploração de Depósitos de Fosforitas Marinhas na
Plataforma Continental.
O Projeto Plataforma Rasa,
sob a liderança do pesquisador em geociências Ronaldo Bezerra (REFO), concentra
suas atividades na região nordeste do Brasil, mais especificamente, nos
agregados marinhos conhecidos internacionalmente pela sua importância para a
economia, fornecendo matérias-primas, tanto para o setor da construção,
agroindústria, indústrias de cosméticos e farmacêutica e para a proteção e
recuperação da erosão costeira, com a aplicação de técnica de engorda de praia.
O projeto Prospecção e
Exploração de Diamantes na Plataforma Continental Adjacente à Foz do Rio
Jequitinhonha (BA), sob a liderança do pesquisador em geociências Victor Lopes
(NANA), objetiva o levantamento geológico e geofísico da plataforma continental
ao largo do estado da Bahia próximo da foz dos rios Jequitinhonha e Pardo com
ênfase no estudo paleoestatigráfico com aplicação à pesquisa mineral na
planície flúvio-marinha, no litoral e em sua extensão no trecho submerso
visando avaliar o potencial diamantífero desta região.
Projeto de Prospecção e Exploração
de Depósitos de Fosforitas Marinhas na Plataforma Continental, sob a liderança
do analista em geociências Roberto Aguiar (ERJ), objetiva realizar
levantamentos geológicos e geofísicos da plataforma continental brasileira com
ênfase na avaliação da potencialidade mineral de depósitos fosfáticos da plataforma e talude em áreas da
Plataforma Continental Jurídica do Brasil. Atualmente o projeto está focando na
região sul do Brasil, mais especificamente na Plataforma de Florianópolis e no Terraço de Rio Grande.
Sobre o PROAREA, o chefe da
DIGEOM informou que as atividades da CPRM estão sendo executadas segundo dois
projetos principais: Prospecção e Exploração de Sulfetos Polimetálicos da
Cordilheira Meso-Atlântica (PROCORDILHEIRA)
e Prospecção e Exploração de Crostas Cobaltíferas na Elevação do Rio Grande (PROERG).
O projeto Prospecção e
Exploração de Sulfetos Polimetálicos da Cordilheira Meso-Atlântica, sob a
liderança do pesquisador em geociências Mauro Souza (REFO), tem como objetivo
geral a execução de mapeamentos oceanográficos, geológicos e geofísicos para
avaliação da potencialidade mineral e biotecnológica dos depósitos hidrotermais
da cordilheira meso-oceânica do Atlântico Sul e Equatorial, para identificação
de áreas de ocorrência de sulfetos polimetálicos maciços de valor econômico.
O Prospecção e Exploração de
Crostas Cobaltíferas na Elevação do Rio Grande e Prospecção, sob a liderança do
pesquisador em geociências Eugênio Frazão (NANA), objetiva a identificação de
áreas de ocorrência e avaliação da potencialidade mineral na região da Elevação
do Rio Grande dos depósitos de crostas ferromanganesíferas ricas em Cobalto,
Titânio, Níquel, Platina, Telúrio e elementos terras-raras, possuindo
concentrações até 10.000 vezes maiores que as presentes nas rochas
continentais.
Ivo Pessanha destacou que o
Brasil, por intermédio do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), e a Autoridade
Internacional dos Fundos Marinhos celebraram em conjunto o contrato que
propiciará ao Brasil 15 anos de direito exclusivo à exploração de crostas
ferromanganesíferas ricas em cobalto na Elevação do Rio Grande. Assim, o Brasil
passa a ser o primeiro País do hemisfério sul a obter direitos exclusivos de
exploração em área internacional dos oceanos, e passa a integrar o seleto grupo
de países que estão na vanguarda das pesquisas minerais nos oceanos, entre
eles, Rússia, Noruega, França, China, Alemanha, Japão e Coréia do Sul.
A
analista em geociências Maria Aline Lisniowski apresentou em sessão-poster
trabalho sobre análise
preliminar das feições de fundo na Elevação do Rio Grande. A aquisição dos
dados geofísicos, geológicos e oceanográficos utilizadas nesse artigo foi
realizada pela CPRM entre os anos de 2009 e 2013, como parte do Programa de
Prospecção e Exploração de Recursos Minerais da Área Internacional do Atlântico
Sul e Equatorial (PROAREA). Esse estudo possibilita uma melhor compreensão dos
processos hidrodinâmicos predominantes na região e é fundamental para
estabelecer a linha de base ambiental, requerida pela Autoridade Internacional
dos Fundos Marinhos (ISA - International Seabed Authority).
Cabe
destacar a participação no Rio Acoustics 2017 dos pesquisadores em geociências
da REFO envolvidos com as atividades da DIGEOM: Ronaldo Bezerra, Heliásio
Simões e Filipe Modesto.
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
asscomdf@cprm.gov.br
(61) 2108-8400
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