Mapa Geológico Simplificado com as Unidades de Interesse Agrogeológico selecionadas
O Serviço Geológico do Brasil-CPRM disponibiliza a comunidade técnico-científica, em particular aos pesquisadores da nova rota tecnológica de remineralização de solos, bem como às empresas do setor mineral e principalmente do setor de agronegócio, o projeto AGROMINERAIS DA REGIÃO DE IRECÊ E JAGUARARI – BAHIA. Este trabalho inédito envolve o conceito de remineralização de solos, técnica também conhecida como rochagem, que consiste no uso de rochas cominuídas como fontes de nutrientes de liberação lenta para as plantas. A pesquisa realizada pela CPRM consistiu na prospecção de agrominerais na região de Irecê e Jaguarari, na Bahia, e inclui considerações sobre as reservas e entraves econômicos para a utilização destes materiais.
O projeto foi realizado através de convênio com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba. A equipe do projeto foi chefiada pela geóloga Alessandra Elisa Blaskowski, e teve a supervisão da geóloga Magda Bergmann, além de contar também com os pesquisadores em geociências Rubem Sardou, Vanildo Almeida Mendes, Maísa Abram e Oliveira Cavalcante. Este trabalho trouxe inovações no desenvolvimento de metodologia própria caracterizada pelo levantamento de unidades de interesse agrogeológico, levantamento de rejeitos de mineração com interesse para rochagem e coleta de amostras representativas dos rejeitos de mineração.
A pesquisa colocou em evidência a importância do reconhecimento e estudo dos descartes de mineração como insumos agrícolas tendo em vista que o Brasil, país voltado ao agronegócio que conta com um território de ampla diversidade geológica e uma vasta gama de agrominerais, emprega de forma intensiva fertilizantes químicos, arcando com gastos elevados na importação de insumos para sua fabricação.
Embora se tenha pesquisado também outras rochas, a disponibilidade de materiais já extraídos em pilhas de descartes e bacia de rejeitos de mineração dispensa novos processos de licenciamento minerário e ambiental, possibilitando seu emprego a curto-médio prazo e a custos mais reduzidos na agricultura. Esse aproveitamento, além de ser mais uma fonte de receita para as mineradoras, reduz os estoques de rejeitos e os volumes acumulados nas bacias de decantação, mitigando os seus passivos ambientais.
O trabalho resultou na proposição de fontes de potássio, como os flogopititos dos descartes dos garimpos de esmeralda (Cooperativa Mineral da Bahia, Campo Formoso e Pindobaçú); fósforo (bacia de rejeitos da Mineradora Galvani, Irecê); cálcio, magnésio, e corretivos de solos (rochas da Bacia de Irecê); magnésio, sílica e corretivos de solos associados a rochas máficas e ultramáficas das lavras de cromita da Mineração Ferbasa-Cia de Ferro Ligas da Bahia (Campo Formoso e Andorinha); kimberlitos da Lipari Mineração Ltda (Campo Kimberlítico de Nordestina) e fontes de multinutrientes e micronutrientes variados (bacia de rejeitos da mineradora Caraíba S/A, Jaguarari), sendo que para cada uma das fontes foram efetuadas considerações quanto à viabilidade de uso, logística e fatores restritivos.
A)
Pilha de rejeitos compostas por rochas
últramáficas e carbonáticas;
B)
Coleta de amostra da pasta de rejeito
proveniente da lavra de cobre;
C)
Detalhe do flogopitito do rejeito dos
garimpos de esmeralda, potencial fonte de potássio;
D) Faiscadoras
(“quijilas”) que trabalham nos rejeitos dos garimpos.
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