quarta-feira, dezembro 7

Investidores internacionais conhecem projetos da CPRM que serão ofertados ao mercado

 Diretor- presidente participou de encontros com executivos de vários países
 para  apresentar projetos da CPRM 


O diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil ( CPRM), Eduardo Ledsham, participou, do Mines & Money, em Londres, a maior conferência e exposição de investimentos em mineração da Europa, que entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro reuniu 3.600  participantes, entre eles,  executivos de 150 empresas  de mineração e investidores de 75 países em busca de novas oportunidades de negócio.


Acompanhado do chefe do Departamento de Geologia, Marco Túlio Naves de Carvalho, Eduardo Ledsham teve uma maratona de reuniões com investidores,  representantes de empresas e fundos de investimento  interessados em conhecer  os projetos da CPRM e o setor mineral brasileiro. A principal mensagem do diretor-presidente aos investidores é que o “jogo mudou no Brasil” e  agora o  país parte para o ataque em busca de investimentos para aumentar e diversificar a  matriz  mineral e  incentivar a inovação no setor  com  foco no desenvolvimento tecnológico para alavancar a produtividade, gerar divisas e novos  empregos.

Ledsham  destacou que o governo brasileiro está articulando  junto com a iniciativa privada e Congresso Nacional  uma  agenda  capaz de resgatar a credibilidade do setor e garantir segurança jurídica e previsibilidade aos investidores, com regras claras e flexibilização de acesso as áreas  com potencial para atividade de mineração. Ele  explicou  que a meta  do governo  é passar   de 4% para 6% a participação do setor no PIB. Para isso, de acordo com ele, o governo se afastou  de uma tendência  intervencionista para incentivar o empreendedorismo  e  a atração  de  investimentos estrangeiros.

“O governo brasileiro priorizou a atração  de investimento privado para o setor ao licitar  projetos da CPRM  em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Sul, Goiás e Tocantins, como parte de um programa de concessão,”disse, citando também outros 22 mil direitos de exploração mineral em todo o Brasil, que serão licitadas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). De acordo com ele, ambos os processos de licitação serão iniciados no primeiro trimestre de 2017.

O diretor-presidente garantiu  que há um esforço para abrir a mineração brasileira investidores.  De acordo com ele, o primeiro passo é criar condições para investimentos na fronteira brasileira por empresas estrangeiras, o que representa quase 23% da superfície do país.  Já o  segundo é reiniciar  programas de exploração mineral em uma das últimas fronteiras de greenfield (novos projetos)  para depósitos de ouro de classe mundial, na Reserva Nacional do Cobre (Renca), uma área com mais de 33.000 km² com sequências vulcano-sedimentares arqueanas distribuídas ao longo de 160 km, onde já existe  mapeada pela CPRM  mais de 40 ocorrências de ouro.

Ledsham  mencionou aos investidores razões para se investir no Brasil, entre elas, comentou o potencial do país para novas descobertas e  fertilidade como do Canadá e Austrália, sendo que, o Brasil  ainda possui baixa maturidade, pois o país recebe menos de 3% do investimento total em exploração mineral em todo o mundo. “Nosso Desafio é aumentar o nível de investimento para diversificar e  colocar mais minas em produção, isso naturalmente  dará impulso ao setor com reflexos  no  PIB”, explicou.

Ledsham  afirmou  ainda que é um consenso global de que o Brasil é um dos principais players da indústria de mineração. “O país produz cerca de 80 substâncias minerais diferentes e é o principal fornecedor global de minério de ferro, nióbio, bauxita, grafite, entre outras commodities. A receita total gerada em 2015 foi de US $ 25,8 bilhões.  Existem 8.400 empresas mineiras em atividade no país, gerando 180 mil  postos de trabalho. Esses dados dão a dimensão do nosso setor,” destacou.

Ativos  que serão ofertados pela  CPRM  -  o diretor-presidente apresentou  aos investidores os quatro projetos da CPRM – Fosfato Miriri (PE-PB, Carvão de Candiota (RS), Cobre de Bom Jardim (GO) e Cobre, Chumbo e Zinco de Palmeirópolis (TO) – que a empresa vai ofertar ao mercado e definidos como  prioridade dentro do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) lançado pelo governo para estimular a atração de novos  investimentos em diversos setores da economia, inclusive, o setor de  mineração. 

Ledsham destacou  que o país importa cerca de 95% do potássio e 55%  de  fosfatos  utilizados na agricultura. Ressaltou  que o projeto Fosfato de Miriri, um dos ativos da empresa que  será ofertado pode contribuir para reduzir a dependência por fertilizantes, pois o projeto tem capacidade para atender a demanda  dos Estados de Pernambuco e Paraíba.
Sobre Palmeirópolis, Ledsham frisou  que ele possui potencial para ser expandido, pois numa primeira campanha de perfuração onde foi  realizado  165 furos com 16.000 metros,  foram identificadas  mineralização de sulfetos maciços e disseminados com créditos de ouro com graus 11,0 g / t Au. O total inferido Recursos é de 6,6 Mt @ 3,65% Zn; 0,57% Pb; 0,81% de Cu, 98,84 ppm de Cd; 17,55 g / t Ag. “ Esse projeto possui potencial para  expandir”, afirmou aos investidores.

O maior evento de mineração da Europa reuniu executivos 75 países em busca
                                   de novas oportunidades de negócio. 

Ledsham destacou   que os  projetos   da CPRM   possuem  uma excelente infraestrutura capaz de escoar a produção, como estradas, portos, ferrovia, energia, água  e mão de obra qualificada.   “Outro fator importante  para o sucesso desses empreendimentos  é que  análises socioambientais  preliminares  não identificaram  restrições ambientais  que poderiam impedir  o andamento  desses projetos.” Ledsham explicou  que os  critérios para seleção das empresas vencedoras da licitação pública  será  o maior investimento proposto para concluir a pesquisa em três anos. “ Em caso de sucesso, o vencedor pagará o royalty - a ser definido-,  após o início da operação.”

O diretor-presidente também informou que nos últimos cinco anos, a CPRM, realizou um esforço  para cobrir o país com levantamento geofísico e geoquímico  de alta precisão.“Quase 95% dos terrenos com potencial para ouro, diamantes, metais básicos, minério de ferro e outros metais foi coberto e toda a base de dados e informações estão disponíveis para a indústria de mineração em nosso site, sem nenhum custo”, ponderou.

Competitividade - Eduardo  Ledsham disse que o país está fazendo o dever de casa para ser mais competitivo no setor de mineração.  “Inovação e tecnologia são as chaves para seremos  competitivos”, afirmou citando  como exemplo,  o projeto de minério de ferro S11 D da Vale,  onde  a mina e usina usarão  93% menos água, com base em técnicas de moagem seca e 77% menos combustível, pois o transporte será feito por um sistema que substitui os tradicionais caminhões. A iniciativa  irá produzir 50% menos emissões de gases de efeito estufa, quando comparado com os métodos convencionais. O projeto também não terá  barragens de rejeitos.

Ledsham citou  também o sistema de minério de ferro Minas-Rio, da Anglo American,  que integra mina, planta, pipeline e porto,  e  a Avanco, a primeira empresa júnior a operar uma mina no distrito Carajás, no Pará. “Novos conceitos técnicos e modernos levantamentos de exploração integrados podem acelerar os programas de exploração no Brasil”, afirmou, lembrando que a maioria das minas brasileiras são a céu aberto  e há um “tremendo potencial para desenvolver projetos subterrâneos. A Província de Ouro de Tapajós no Brasil é um exemplo, assim como províncias consideradas mais maduras, como o quadrilátero de ferro”, avaliou.  

Eduardo Ledsham  concedeu entrevistas para imprensa durante o evento onde destacou o potencial do Brasil para descoberta de novos depósitos minerais  e o trabalho realizado pela CPRM para fomentar o setor.



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