quinta-feira, setembro 8

Pesquisadora explica processo de declaração de recursos e reservas no Brasil

Superintendente José Garcia Ferreira apresenta a palestrante

A geóloga Glaucia Cuchierato, consultora do Comitê da Cadeia Produtiva da Mineração (Comin), ligada à Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), esteve na Superintendência Regional de São Paulo (Sureg-SP) para ministrar  palestra sobre instrumentos internacionais para declaração de recursos e reservas minerais e o valor da informação.


Na ocasião, a geóloga, que estuda o tema em sua pesquisa de doutorado na Escola Politécnica da USP, discorreu sobre a recente inclusão da Comissão Brasileira de Recursos e Reservas (CBRR) no Comitê Internacional de Normas de Declaração de Recursos Minerais (CRIRSCO). 

Segundo Cuchierato, após a ocorrência de escândalos de fraude – caso “Poseidon” em 1970 na Austrália e “Bre-X”, em 1996 na Indonésia – países com tradição em mineração e comercialização internacional de commodities voltaram-se para a criação de Comitês Nacionais (National Reporting Organization  (NRO). “Esses comitês estabelecem as boas práticas para declaração das informações oficiais dos recursos e reservas minerais de empresas de mineração listadas em bolsas de valores”, disse.

A geóloga explicou que as práticas se fundamentam em instrumentos que versam sobre os resultados de exploração, avaliação de recursos e reservas, por meio da condução, execução, assinatura e responsabilidade de um profissional experiente, competente, qualificado, habilitado e pertencente à organização profissional reconhecida (CP – Competent Person / QP – Qualified Person). “O objetivo é aumentar a confiança financeira e operacional para os investidores e partes interessadas.” Dentre os instrumentos internacionais, destacam-se: na Australásia (Austrália, Nova Zelândia e Indonésia) – Código Jorc; no Canadá – Instrumento Nacional NI 43-101; e na África do Sul – Código Samrec.

 Ela lembrou ainda que em 1994 foi fundado o Committee for Mineral Reserves International Reporting Standards (Crirsco) com o objetivo de fomentar o estabelecimento das boas práticas nas demais regiões do globo. Em 2006, foi divulgado pelo Crirsco o primeiro modelo de relatório – International Reporting Template , com base nas melhores práticas de todos os países membros, seguindo um conjunto de critérios específicos e padronizados.

Empregados e colaboradores participam da palestra

Brasil - Glaucia Cuchierato explica que a existência de regulamentação no Brasil é uma antiga demanda do setor mineral. O setor há muito pleiteia por uma entidade que assuma a representação internacional junto ao Crirsco. Para tanto, no início de 2015, foi criada uma força-tarefa composta pelas entidades brasileiras: Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM); Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (Adimb); e Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). A força tarefa constituiu o Comitê Brasileiro de Recursos e Reservas (CBRR), que culminou com sua aceitação pelo Crirsco em novembro de 2015.

“O comitê brasileiro definiu as bases para adesão aos padrões internacionais do Crirsco, constituídas de código de ética, atribuição de certificação profissional e princípios técnicos do instrumento Brasileiro, que deverão estar vigentes para os profissionais brasileiros ainda em 2016”, destacou a geóloga. 

Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
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