terça-feira, março 15

Brasil e Japão assinam acordo para prevenção de desastres naturais

Mesa de autoridades na 4ª Reunião do Comitê
de Coordenação Conjunta

Brasil e Japão assinaram na segunda-feira (14/3), no Itamaraty em Brasília, a Minuta de Entendimento do acordo de Cooperação Técnica Internacional na área de prevenção de desastres naturais para melhorar a precisão dos alertas, e o relatório de avaliação intermediária do Projeto GIDES. O diretor-presidente da CPRM Manoel Barretto representou os pesquisadores da empresa, acompanhado do diretor de Hidrologia e Gestão Territorial, Stênio Petrovich e do chefe do Departamento de Gestão Territorial (DEGET), Jorge Pimentel.

O documento valida condutas, procedimentos e atividades realizadas no projeto, desde 2013, que culminou com a elaboração do Manual Técnico para os quatro eixos – mapeamento, planejamento urbano, monitoramento e obras. Os manuais técnicos serão agora testados nos trabalhos a serem realizados nos municípios piloto de Blumenau (SC), Nova Friburgo (RJ) e Petrópolis (RJ) – todas sofreram com deslizamentos de terra nos últimos anos. 

O Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos em Desastres Naturais (Gides), firmado em 2013, é resultado da parceria entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), com a participação do Serviço Geológico do Brasil (CPRM/MME), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI), do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad/ MI), do Ministério das Cidades, estados do Rio de Janeiro e Santa Catarina e as cidades de Blumenau, Petrópolis e Nova Friburgo. 
  
Geólogo Jorge Pimentel apresenta os resultados
 esperados nos municípios pilotos
A parceria entre Brasil e Japão é baseada na troca de experiências entre recursos humanos das duas nações. Desde 2014, turmas de técnicos dos órgãos participantes já receberam capacitação de especialistas japoneses. 

Manoel Barretto agradeceu a oportunidade de fazer parte de um projeto que tem um significado social relevante. Barretto falou ainda sobre a importância dos órgãos estarem trabalhando juntos. “Esse projeto, além dos benefícios que traz para todos, tem uma questão muito importante que é a de trabalharmos no sentido de alcançar uma unificação na metodologia de trabalho”, enfatizou.

Na ocasião, Pimentel falou sobre o Manual Técnico de Mapeamento de Riscos Geológicos que está em fase de preparação. “O Manual será um termo de referência para que estados e municípios possam atuar de forma efetiva”, disse. Para o geólogo foi uma grande oportunidade para a equipe de técnicos do Brasil aprender técnicas e métodos de mapeamento de risco e perigo realizados no Japão.

Os representantes do governo japonês fizeram uma avaliação da participação dos pesquisadores da CPRM nos treinamentos realizados nos dois países. Elogiaram a dedicação e o comprometimento dos profissionais. Para eles os brasileiros estão empenhados e dedicados no trato da gestão de risco. Destacaram ainda o papel de liderança da CPRM na coordenação do projeto.

Representantes do Japão e do Brasil no Itamaraty
Mapeamento áreas de risco
De acordo com o mapeamento realizado pela CPRM, 1123 municípios brasileiros estão em áreas de risco geológico, classificadas como de muito alto e alto, relacionadas principalmente com movimentos de massa e inundações. O levantamento foi realizado de outubro de 2011 a fevereiro de 2016.

Todos os dados da empresa são disponibilizados para órgãos e instituições do governo federal, de estados e de municípios que atuam na prevenção e no monitoramento de eventos climáticos catastróficos. O objetivo do estudo é reduzir danos e diminuir perdas, de vidas e materiais.