terça-feira, março 3

Serviço Geológico do Brasil acompanha de perto a situação crítica do estado do Acre

Engenheiro hidrólogo Franco Buffon em Rio Branco no Acre
O chefe da residência de Porto Velho, Edgar Figueiredo Iza, acompanhado do gerente de hidrologia, Francisco Reis e de engenheiros e técnicos da área está em Rio Branco (AC) para uma reunião com a Defesa Civil e autoridades dos governos federal e local. A pauta do encontro é a cheia da bacia hidrográfica do rio Acre.
Em atendimento à demanda de órgãos públicos, a unidade regional da CPRM em Porto Velho encaminhou um geólogo para a cidade de Brasiléia, no estado do Acre, para avaliar os danos geológicos e ambientais causados no período chuvoso. O geólogo Amílcar Adamy efetuou estudos na área afetada, percorrendo o traçado urbano de Brasiléia, nos bairros Leonardo Barbosa e 28 de Maio, além do centro histórico da cidade fronteiriça.

Equipe da CPRM acompanha a cheia do Rio Acre
Adamy afirma que a análise preliminar revela um cenário preocupante quanto a atual ocupação dos bairros, devido à fragilidade dos terrenos e os riscos inerentes às cheias sazonais. Como se tratam de terrenos baixos, constituídos por sedimentos inconsolidados e de pequena resistência aos processos erosivos fluviais, qualquer evento climático poderá ser impactante. Por isso, a área deverá ser submetida a uma crítica reavaliação da ocupação humana, visando resguardar a integridade física e material dos seus moradores.

Informações Hidrometeorólogicas

Na cidade de Brasiléia, na madrugada do sábado (21/02), foi atingida a cota de inundação (11,40 metros), chegando à cota máxima de 15,55 na terça-feira (24/02), às 17 horas (horário local do Acre). A partir de então a cota passou a descer e alcançou nesta terça-feira (03/03) a cota de 4,73 metros, ou seja, mais de 10 metros abaixo do pico da cheia.

Na cidade de Xapurí, o nível do rio Acre atingiu a cota de inundação (13,40 metros) na tarde do dia 21/02. No dia 27/02, o rio chegou a cota máxima de 18,30 metros. Na segunda-feira (2/3), o nível do rio estava em 12,86 metros, ainda acima da cota de alerta (12,50m), mas abaixo da cota de inundação (13,40m), e deve abaixar até os níveis normais.

Técnicos da CPRM na sala de situação da
 Defesa Civil em Rio Branco/AC
Em Rio Branco, o nível do rio Acre atingiu a cota de inundação (14,00 metros) no domingo (22/02). Já nesta terça-feira (03/03), o nível do rio está em 18,09 metros e deve ultrapassar 18,15 metros durante a noite. O pico da onda de cheia, que se propaga pelo rio Acre, passou pela estação de Capixaba no domingo (01/03). Portanto, é esperado que o pico da cheia ocorra em Rio Branco nesta semana.


Dados de chuvas observados por satélite, obtidos através do produto MERGE do CPTEC-INPE, com uma resolução espacial de 25 km, indicaram que, na semana passada, choveu em média 107,71 mm em sete dias, tendo chovido acima de 83,5 mm em grande parte da bacia. Sendo essas chuvas responsáveis pelas inundações das cidades ribeirinhas. Para os próximos três dias o modelo meteorológico BRAMS, também operado pelo CPTEC-INPE, indica que não haverá chuvas significativas na bacia hidrográfica do rio Acre