Luís Emanoel Goulart, Antonia da Costa e Marcelo Almeida
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O engenheiro geólogo, Luís Emanoel
Goulart, assumiu a Gerência de Geologia e Recursos Minerais, da
Superintendência Regional de Manaus (Sureg-MA). Ele substitui o geólogo Marcelo
Almeida, que foi designado chefe da Divisão de
Avaliação de Recursos Minerais (DIARMI).
Luís Emanoel é graduado em Engenharia
Geológica pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), mestre em Evolução
Crustal e Recursos Naturais com ênfase em magmatismo máfico-ultramáfico de
complexos acamadados, pela mesma universidade.
Luís iniciou sua carreira profissional
como geólogo de exploração em projetos ligados à pesquisa mineral de depósitos
sulfetados de Ni-Cu-PGE, associados a intrusões máfico-ultramáficas, depósitos
hidrotermais de Au-Cu e greisens
mineralizados a cassiterita, columbita-tantalita e terras raras.
Ele ingressou no Serviço Geológico do Brasil (CPRM)
em dezembro de 2013, como pesquisador em geociências atuando com a equipe de
metalogenia e prospecção geoquímica no “Projeto Metalogenia das Províncias
Minerais do Brasil – áreas AM e RR”. Em junho de 2014, com a transferência do chefe
do projeto para outra unidade, assumiu o projeto.
O Informe
CPRM entrevistou Luís Emanoel, que explicou o andamento dos projetos da Gerência,
que segundo ele, estão em fase de finalização. “Todos bem adiantados ou fase de conclusão”, afirmou. Além dos projetos, Luís
destacou a importância da equipe, o ponto forte de sua gestão. “Qualquer equipe
deve ser pautada em pró-atividade e atribuição de responsabilidades”, disse.
Ele
avalia que a geologia da região amazônica ainda “reserva
incógnitas” e o grande desafio é reconhecer e avaliar o potencial geológico e
mineral da região. E somente com muito trabalho e equipe técnica capacitada
conseguirão cumprir essa missão.
Informe CPRM- Quais os projetos na área de geologia e recursos
minerais estão em desenvolvimento? E os projetos futuros?
Luís Emanuel Alexandre Goulart - Existem projetos em fase de
finalização de relatório, todos bem adiantados ou em conclusão, tanto
relacionados à geologia básica quanto a recursos minerais. Entre os projetos de
geologia básica em finalização estão: Uatumã-Abonari (3 folhas 1:250.000),
Sumauma-Roosevelt-Mutum (3 folhas 1:250.000), Integração Geologia-Geofísica
Norte do Amazonas (10 folhas 1:250.000), Geologia e Recursos Minerais da Região
Metropolitana de Manaus (5 folhas 1:250.000) e Ilha de Maracá.
Com relação aos projetos voltados para
recursos minerais em situação de finalização encontra-se o projeto Metalogenia
das Províncias Minerais do Brasil – áreas Roraima e Amazonas, o qual compreende
um estudo metalogenético e prospectivo em escala 1:25.000 realizado sobre alvos
de garimpos de ouro, o Fosfato Brasil; áreas Jatuarana (AM), Campos Novos (RR)
e o Terras Raras, em parte também desenvolvido na área de Campos Novos.
Além desses estudos existem dois projetos
nascentes que se encontram em fase de consistência e integração de dados. Um
dos projetos, intitulado “Evolução tectono-metamórfica” e “Ambiente
Geotectônico dos Cinturões Guiana Central e Cauarane-Coereni na porção centro-sudeste
de Roraima” tem cunho de geologia básica, mas carrega consigo o intuito de
estudar determinadas particularidades geológicas da região que permitirão em um
futuro próximo caracterizá-la ou não como uma área de relevante interesse
mineral.
O outro projeto é voltado para recursos
minerais e intitula-se “Geologia e Metalogenia da Província Mineral Juruena -
Teles Pires – Aripuanã”. Esse projeto visa o entendimento da evolução
geodinâmica da região compreendida entre os estados do Amazonas e Mato Grosso
bem como sua implicação na caracterização dos sistemas minerais conhecidos na
província.
Existe um terceiro projeto, de âmbito
nacional e importância estratégica, que visa o estudo de áreas potenciais para
potássio: “Projeto Potássio do Brasil”.
Informe CPRM - Quantos profissionais estão atualmente trabalhando na
gerência?
Luís Emanuel Alexandre Goulart - Atualmente são 29 profissionais sendo
20 geólogos, dois geofísicos, dois técnicos em mineração, um auxiliar
administrativo e quatro prospectores.
Informe CPRM- Como será pautada a relação com a equipe?
Luís Emanuel Alexandre Goulart - A relação com qualquer equipe deve ser
pautada em pró-atividade e atribuição de responsabilidades. A Gerência
atualmente está com grandes projetos, portanto muito trabalho. Os pesquisadores
possuem formações e experiências variadas, porém complementares.
Por isso as atribuições dentro dos
projetos são distribuídas por equipes. Elas, por sua vez, são formadas por
pesquisadores com afinidades para determinada áreas do conhecimento geológico,
onde cada equipe tem um objeto de estudo e um objetivo a ser alcançado.
Dessa forma, cabe ao meu papel e ao
papel dos meus supervisores, enquanto gestores, encontrar pontos em comum neste
rico cenário de aptidões e talentos, a fim de direcioná-los na solução dos
problemas geológicos a serem resolvidos em nossos projetos.
Informe CPRM- Quais suas propostas de trabalho, metas e desafios?
Luís Emanuel Alexandre Goulart - Sinto que o Serviço Geológico do
Brasil está mudando e tem um apelo diferente do que era divulgado no passado.
Hoje o conhecimento geológico, no que se refere à geologia básica, busca uma
finalidade social que é o desenvolvimento socioeconômico de diversas regiões do
país através do fomento a mineração.
Nesse contexto e a fim de me
compatibilizar com os interesses da empresa, minha proposta e dar continuidade
e finalizar os trabalhos recentemente iniciados e que já seguem essa mesma
linha.
Como os resultados dessas novas ações
tendem a ser extremamente positivos, pretendo levar essa linha de pensamento
para o desenvolvimento de projetos futuros em outras regiões dos estados do
Amazonas e Roraima com reconhecido potencial geológico e mineral. A geologia da região amazônica ainda reserva
incógnitas que somente com muito trabalho e equipe técnica capacitada
conseguirão ser solucionadas.