Equipe de
pesquisadores da CPRM
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O Serviço
Geológico do Brasil (CPRM) acaba de atualizar o conhecimento sobre o
arquipélago de Fernando de Noronha. Os dados estão disponíveis para consulta no
Geobank, que reúne informações geocientíficas, no site da instituição na
Internet. É a primeira vez que pesquisadores
brasileiros detalham formações geológicas da parte submersa do arquipélago. O estudo
inédito realizou o mapeamento a laser do relevo do fundo do oceano, gerando
modelo digital do terreno, além de levantamento batimétrico, caracterização de
rochas, cartas
textural e geomorfológica, de declividade e de flutuação do nível do mar.
“O
estudo consolidou métodos de pesquisa em áreas rasas do Atlântico e os resultados
podem orientar a tomada de decisões por parte de órgãos governamentais,
empresas públicas e privadas, relacionadas à gestão ambiental do arquipélago e
suas unidades de conservação, como o Parque Nacional Marinho e Área de Proteção
Ambiental”, explica Roberto Ventura, diretor de Geologia e Recursos Minerais da
CPRM. Ele conta que o trabalho pode contribuir para locação de empreendimentos
na região, como uma usina de aproveitamento da energia das ondas e ampliação e
monitoramento do porto.
Expedição foi realizada em novembro de 2012 |
Tecnologia de ponta – O
aerolevantamento do fundo do mar foi jeito com a aplicação da tecnologia de
aerobatimetria LiDAR, técnica para aquisição de dados de profundidade da lâmina
d`água, a partir de uma aeronave de baixa altitude, efetuando uma varredura do terreno com raio laser
pulsado. “O primeiro registra o relevo e o segundo calcula a lâmina-d’água”, explica
a geóloga Hortência Maria Barboza de Assis, responsável pela coordenação do
projeto.
A geóloga
destaca que a pesquisa concentrou seus esforços na caracterização e
classificação dos recursos minerais da plataforma insular do Arquipélago de
Fernando de Noronha, até a isobatimétrica de 50 metros, para auxiliar no manejo
sustentável do assoalho marinho. Além de
mapear com alta precisão, simultaneamente, o leito marinho, as praias
adjacentes, as estruturas de engenharia costeira, permitindo a produção de
mapas mais precisos da linha costeira, a construção de modelos digitais de
elevação para uso em sistemas de informação geográfica, em obras de expansão de
portos, em projetos de proteção de praias e no subsidio a gestão ambiental.
“Utilizamos a tecnologia de aerolevantamento a
laser do fundo marinho, conhecida internacionalmente como Airborne Laser Bathymetry
(ALB), além da aquisição de dados de sísmica rasa e imageamento sonográfico,
associados a foto/filmagem e coleta de material do capeamento litológico. Os
resultados agora disponibilizados representam além da batimetria, dentro dos
padrões de precisão da Organização Hidrográfica Internacional, uma cartografia
de estruturas morfossedimentares e hidrodinâmicas de todo o assoalho marinho,
com acurácia horizontal e vertical de 2,5m e 0,25m, respectivamente, que
permitem aos gestores selecionar áreas para detalhamentos geológicos, locação
de empreendimentos voltados ao gerenciamento de atividades pesqueiras e
ambientais e muitas outras aplicações", diz a Hortência.
Expedição - Coletou amostras de rochas e sedimentos em 34
pontos, em profundidades que chegaram a 50 metros. Um barco do Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apoiou a operação. O material
coletado teve sua composição química e mineralógica analisada em laboratório e está
sendo utilizado na compreensão da história da evolução deposicional sedimentar
da Plataforma. O estudo faz parte do projeto de geologia marinha que está sendo
desenvolvido pela CPRM e considerado estratégico pelo governo, porque busca
mapear os recursos minerais e a biodiversidade tanto na plataforma continental
jurídica brasileira, quanto em águas internacionais.
Mapa elaborado pela CPRM do arquipélago
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Imagens do fundo do oceano - Um dos
cuidados adotados para manter o equilíbrio ecológico no arquipélago, foi o uso
de uma câmera acoplada ao casco da embarcação para orientar a ancoragem e a coleta
realizada através de mergulhadores científicos. Também foram gravadas imagens
inéditas da coleta de amostras e sedimentos no fundo do mar, que farão parte de
um documentário científico.
A pesquisa no Arquipélago de
Fernando de Noronha foi executada pela Superintendência Regional do Recife, com
coordenação do Departamento de Recursos Minerais, da Diretoria de Geologia e
Recursos Minerais.