quarta-feira, março 26

CPRM produz recorde de mapas geológicos

Geólogo da CPRM em trabalho de campo

Em 2013, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) disponibilizou 56 novos mapas de cartografia geológica. Esses são os primeiros resultados da estratégia da empresa para alavancar o conhecimento de áreas com potencial mineral no país, em especial, na região amazônica. As folhas mapeados perfazem 298.500 km², que correspondem a 3.51% do território brasileiro A iniciativa visa agilizar a disponibilização de informações geológicas necessárias para fomentar a pesquisa de bens minerais, essenciais para o desenvolvimento do país.


“Os resultados mostram que produzimos mais mapas geológicos em menos tempo, usando como estratégia a geração de dois produtos cartográficos durante a execução dos projetos de mapeamentos geológicos tradicionais, nas escalas 1:100.000 e 1:250.000”, diz Roberto Ventura, diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM. Ele explica que ao final do primeiro ano de execução de cada projeto é disponibilizado um mapa preliminar em formato pdf, factual e descritivo e com enfoque litoestratigráfico, contendo todos os dados de campo acrescidos de análises petrográficas.

“No segundo ano, é apresentado o mapa final, essencialmente interpretativo, com o suporte de análises litogeoquímicas e geocronológicas, com delimitação e detalhamento de áreas mais potenciais para conter mineralizações. Este mapa será acompanhado de nota explicativa e dos bancos de dados preenchidos”, informa Ventura, destacando que a chegada de novos geólogos na empresa, contratados recentemente por meio de concurso público vai ajudar a ampliar ainda mais, os trabalhos de mapeamento geológico desenvolvidos pela CPRM. 

Geólogos em treinamento na Chapada Diamantina
Segundo Reginaldo Alves dos Santos, Chefe do Departamento de Geologia (Degeo), em 2013 a CPRM produziu 45 mapas geológicos na escala de 1:100.000, sendo 6 em parceria com Universidades, além de 2 mapas na escala 1:50.000. Na escala 1:250.000 foram concluídos 9 mapas. Os mapeamentos foram realizados nos estados do Piauí, Pernambuco, Ceará, Bahia, Rondônia, Santa Catarina, Pará, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 

Mapas de integração Geofisíca/Geológica - Nos últimos dez anos, a CPRM realizou um ambicioso programa de levantamentos geofísicos em todo território brasileiro. Hoje, mais de 90% do embasamento cristalino já está coberto por levantamentos aerogeofísicos (magnetometria e gamaespectrometria), o que levou a CPRM implementar uma nova estratégia para agregar valor a esses levantamentos e agilizar a cartografia geológica do Brasil. Essa estratégia visa a  da produção intensiva de Mapas de Integração Geofísica-Geológica, na escala 1:250.000, com prioridade na região amazônica

Estes produtos, a serem concluídos e disponibilizados no máximo de prazo de 1 ano, visam agregar valor aos levantamentos aerogeofísicos de alta resolução  realizados pela CPRM,  através da integração da interpretação dos produtos da aerogeofísica com os dados de cartografia geológica histórica e de interpretação das diversas imagens de sensores remotos existentes. As áreas anômalas identificadas serão checadas no campo. Estes mapas servirão também para a seleção de áreas para novos projetos de cartografia geológica, priorizando-se sempre os ambientes geológicos favoráveis a mineralizações, como por exemplo, áreas de relevante interesse mineral. Em 2013 foram finalizados 15 mapas na escala 1:250.000, nos estados de Tocantins, Pará, Amazonas, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Capacitação – Para garantir a qualidade dos mapas geológicos, a CPRM reativou o Centro Integrado de Estudos Geológicos (CIEG) de Morro do Chapéu, na Bahia. O objetivo é reciclar e capacitar os geólogos envolvidos em projetos de cartografia geológica.  No CIEG são ministrados cursos práticos, focados principalmente na correta obtenção e interpretação dos produtos da aerogeofísica e dos diversos sensores remotos, e nos procedimentos de reconhecimento, descrição e interpretação dos dados de afloramentos e sua representação cartográfica.  As atividades de campo são desenvolvidas na Chapada Diamantina e na Faixa Sergipana. Nos últimos dois anos, 65 geólogos de todas as unidades regionais passaram pelo CIEG. A previsão é que estes cursos continuem em 2014 e sejam estendidos aos novos profissionais contratados  pela empresa.