Medição
diária de descarga líquida com uso de
medidor acústico
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O Sistema de Alerta de Cheias no Brasil,
operado há 30 anos pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), acompanha a
previsão meteorológica disponibilizada por instituições por meio da coleta, do armazenamento
e da análise de dados hidrológicos. E a partir dessa atividade, a empresa elabora
a previsão hidrológica e faz a emissão de avisos para a Defesa Civil (nacional,
estadual e municipal, CEMADEN e outros) em caso de risco de inundação. A CPRM
também realiza há 44 anos o levantamento das informações hidrológicas da Rede
Hidrometeorológica Nacional (RHN) sob a coordenação da Agência Nacional de
Águas.
Monitorar enchentes e diminuir a destruição de
bens públicos e privados, assegurar a integridade física e garantir o bem estar
do cidadão são deveres constitucionais das autoridades, que envolvem instituições
de Governo, Entidades Políticas e Técnicas-Científicas, Defesa Civil, entre
outros, em estreita colaboração e envolvimento com a sociedade.
Durante uma cheia histórica como a do Rio
Madeira, técnicos e pesquisadores da
CPRM registram as marcas da cheia, as vazões, os registros da quantidade de
chuva que caiu, os pontos de alagamentos na cidade, a mancha de inundação e outros
aspectos técnicos. "Nós registramos o máximo de informações em campo para
voltar para o escritório e junto com o planejamento da bacia, verificar quais
seriam as melhores alternativas para proteger a comunidade de eventos daquela
magnitude”, explica Thales Sampaio, diretor de Hidrologia e Gestão Territorial.
Estas ações técnicas ajudam na resposta das autoridades competentes ao evento
crítico e para as próximas cheias.
Engenheiros
hidrólogos e técnicos de hidrologia do
DEHID das
Unidades Regionais de
Porto Velho e Manaus |
Desde janeiro de 2014, a CPRM acompanha a
evolução da cheia do Rio Madeira, através da realização medições diárias de
descarga líquida, com uso de medidor acústico e leitura da cota do rio na
estação de Porto Velho. Uma equipe operacional de pesquisadores e técnicos em
geociências (engenheiros hidrólogos e técnicos de hidrologia) do Departamento
de Hidrologia (DEHID), das Unidades Regionais de Porto Velho e Manaus e, outra,
atuando na retaguarda, de pesquisadores produzindo prognóstico e
emitindo boletins hidrológicos diários, publicados no site da CPRM
(Sistema de Alerta Hidrológico –
Rondônia), cujas informações são repassadas à Defesa Civil local e outras
instituições em apoio às ações mitigadoras dos efeitos decorrentes da maior cheia
já monitorada no Rio Madeira.
No dia 12 de março de 2014 a cota registrada
na estação de Porto Velho indicava a evolução ascendente dos níveis d’agua e a medição
de descarga líquida realizada registrou a vazão de 56.330 m3/s para uma cota
lida na régua de 19,08 m. Na pagina da web www.cprm.gov.br
são publicados boletins diários com estas medições e no link http://sace-acre.cprm.gov.br/sace-acre/
podemos acompanhar a evolução dos níveis em Porto Velho.
Pesquisadores
da CPRM repassando
informações
para a Defesa Civil
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Conforme explica o chefe do Departamento de
Hidrologia, Frederico Peixinho, um dos fatores que tem contribuído para a cheia
extraordinária é o índice de precipitação que vem sendo registrado na bacia
afluente de Porto Velho. Alega ainda que o Rio Madeira tem seus afluentes
formadores os rios Guaporé, Mamoré e Beni. Todos estes rios têm suas nascentes
na Bolívia e Peru, sendo neste último, boa parte das nascentes da Cordilheira
dos Andes, com cotas que podem atingir cerca de 6.000 m de altitude.
Peixinho informou ainda que um novo grupo de
especialista está sendo incorporada a equipe local para elaborar as marcas de
cheias para cotas notáveis na cidade de Porto Velho e avaliando a possibilidade
de produzir mapas de inundação para diversas cotas e/ou vazões a exemplo do que
foi feito pela CPRM no munícipio de Governador Valadares. Os mapas de
inundações associados as cotas/vazões são excelentes instrumentos de apoio aos
planejadores e gestores de eventos extraordinários com o que está ocorrendo na
região Amazônica.