quinta-feira, março 13

Brasil e EUA discutem parceria para o desenvolvimento de submersível não tripulado


Encontro contou com presença de pesquisadores 
do Brasil e EUA

A criação de um ambiente tecnológico que proporcione o desenvolvimento de estudos em robótica, computação, engenharia, além de novas fontes de financiamento de projetos voltados para ampliar as pesquisas na área de geologia marinha e oceanografia. Esses foram alguns dos assuntos debatidos durante workshop realizado está semana no Rio de Janeiro, que reuniu pesquisadores de instituições de pesquisa do Brasil e EUA.   

Roberto Ventura fala da importância 
do encontr
O encontro promovido pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) discutiu ainda parceria estratégica entre os dois países para alavancar projetos sustentáveis que busquem desvendar o potencial dos recursos minerais e ambientais dos oceanos. Essa parceria pode levar ao desenvolvimento de tecnologia para construção de um submersível não tripulado envolvendo diversos centros de pesquisas, entre eles: CPRM, Instituto Oceanográfico americano Woods Hole, Petrobras, MCTI, UnB, Univale, USP,  PUC/RS, ABDI,  CIRM, INPOH e Finep. 

O diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM, Roberto Ventura fez um balanço da reunião. Ele destaca a importância da iniciativa para criação de um ambiente de desenvolvimento tecnológico capaz de impulsionar novos estudos sobre o fundo dos oceanos de maneira sustentável. “Queremos desenvolver equipamentos para reconhecimento remoto, geração de imagens em alta definição, e até a caracterização do fundo do mar por sinais acústicos”, explica o diretor..

Pesquisador do Instituto Oceanográfico americano
 Woods Hole durante apresentação
Ventura acredita que uma parceria envolvendo diversas instituições de ponta possa ajudar a desenvolver um parque tecnológico nacional de excelência. “Nesse momento só podemos falar em possibilidades. O encontro serviu para mostrar que o Brasil possui equipes em condições de não apenas propor projetos, mas desenvolver ferramentas e equipamentos e, uma futura parceria  com os EUA nós permitirá  partir de uma plataforma de conhecimento que pode ajudar a desenvolver  novas tecnologias  de acordo com nossas necessidades,” destaca o diretor.

Parceria - Para Robert Munier, vice-presidente Instituto Oceanográfico americano Woods Hole, o encontro foi uma oportunidade para a troca de experiências e colaboração na área de ciências entre o Brasil e EUA.  “A gente compartilha o que aprende. Participar de encontros assim nos dá a oportunidade de aprender também. Vejo que há o interesse em algumas de nossas tecnologias, e nós estamos felizes de participar dessas conversas que poderão trazer bons resultados. Esperamos poder compartilhar o que nós estamos fazendo,  e discutir a transferência   de algumas tecnologias para ajudar o Brasil a desenvolver um novo veículo autônomo”, avalia  Munier.

Representantes de diversas instituições debatem 
possibilidades de cooperação
Munier ressalta que a Woods Hole Oceanographic é a maior instituição oceanográfica do mundo. Ele aponta que a instituição dá ênfase na conexão entre engenharia e ciência.  “Por isso nós temos a oportunidade de estar à frente dos principais desenvolvimentos e uso de submersíveis tripulados nos últimos 50 anos, Nós desenvolvemos os primeiros ROVs e AUVs científicos. Nossa história nos permite participar da próxima geração de inventos que serão usados no Brasil.”  

De acordo com Carl Kaiser, cientista da Woods Hole, a ciência e tecnologia tem impacto global. “Quanto mais à gente conseguir colaborar, mais pesquisas vamos  fazer  com melhores resultados para a sociedade”, diz o pesquisador.  Ela acredita que o Brasil tem potencial e muitas universidades fazendo um trabalho de excelência.  “Nós temos conhecimento histórico, muita capacidade de desenvolver novas tecnologias também e provavelmente teremos muitos pontos em comum para que possamos fazer projetos juntos no futuro”, diz.
Professor Luciano Fonseca  da UNB participou 
do evento


 O Professor da Unesp Peter Hacksparcher compartilha a mesma opinião de Kaiser.   Ele avalia que o país precisa desenvolver tecnologia oceânica, mais que isso só pode ser feito em parceria entre pesquisadores brasileiros e do exterior.  “Esse encontro permite aglutinação de conhecimentos e de potencialidades existentes no Brasil. Universidades e centros de pesquisa presentes nesse encontro podem dar uma contribuição importante para o desenvolvimento dessa área tão importante para a soberania nacional”, acredita Hacksparcher.