sexta-feira, fevereiro 14

Brasil apresenta na Jamaica Proposta de Exploração Mineral em Águas Internacionais do Atlântico Sul

Claudia Rezende, José Perez, biólogo marinho da
Univale, diretor Roberto Ventura e  Eugenio Frazão.

Delegação brasileira apresentou na sexta-feira (7/02), em Kingston, na Jamaica, a proposta de Plano de Trabalho para Exploração de Crostas Ferromanganesíferas ricas em cobalto, na Elevação do Rio Grande (ERG), formação localizada em área internacional (Área), regulamentada pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM).

A execução deste Plano de Trabalho propiciará ao País exercer papel destacado nas pesquisas no Atlântico Sul, contribuindo para maior inserção do Brasil no cenário internacional. Essa região possui grande importância político-estratégica, uma vez que o Contrato de Exploração com a ISBA, caso aprovado, assegurará ao País o direito exclusivo de exploração da área requisitada por, pelo menos, 15 (quinze) anos.

A apresentação foi feita para a Comissão Técnica e Jurídica da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISBA) pelo diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM, Roberto Ventura, e pelo professor Angel Perez da Univale. Participou também da reunião o representante brasileiro permanente junto à ISBA, Embaixador Antônio Francisco da Costa e Silva Neto, bem como os coordenadores executivos da CPRM Claudia Rezende e Eugenio Frazão.

Além dos aspectos relativos à pesquisa geológica marinha, os representantes brasileiros detalharam os estudos a serem realizados na Elevação do Rio Grande. Trata-se de proposta concisa e consistente - fortemente sustentada em parâmetros técnicos e ambientais -, que revela também o compromisso do Brasil com o desenvolvimento sustentável.

A Elevação do Rio Grande é uma região estratégica localizada a 1500 Km da costa brasileira, ou seja, em área situada além da jurisdição nacional. A presença de crostas ferromanganesíferas ricas em cobalto representa significativo potencial científico e econômico.

O plano de trabalho apresentado é estratégico para o Brasil, pois possibilitará o desenvolvimento de tecnologia de ponta, a qualificação de pessoal, a formação de recursos humanos e, principalmente, a ampliação da presença do País no Atlântico Sul. Nos últimos anos, diversos países vêm desenvolvendo atividades de pesquisas no Atlântico Sul, com destaque para França, Rússia, China e Alemanha.

A proposta apresentada pelo Brasil é resultado de mais de quatro anos de estudos e atividades da CPRM, que contou com a participação de mais de 60 estudantes e pesquisadores brasileiros de diferentes instituições e áreas de formação como geologia, biologia, geofísica e outros. A efetiva participação da academia nas missões oceanográficas demonstra a preocupação do Brasil com o desenvolvimento científico e tecnológico e a formação de recursos humanos.