Geólogos
da CPRM orientaram a desobstrução de vias, interdição
de moradias e a remoção
de pessoas das áreas de risco
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O
Serviço Geológico do Brasil (CPRM) enviou geólogos, por solicitação do
Ministério da Integração Nacional, para dar
apoio técnico às Defesas Civis do Espírito Santos e Minas Gerais e aos
municípios afetados pelas intensas e prolongadas chuvas que ocorreram ao longo
do mês de dezembro. As equipes de geólogos realizaram vistorias em áreas de
risco geológico relacionadas com deslizamentos e inundações. O grupo também
orientou a desobstrução de vias, interdição de moradias e a remoção de pessoas
das áreas de risco.
“Nossa
principal preocupação era de proteger vidas, divididos em equipes, nossos
geólogos trabalharam durante Natal e Ano Novo vistoriando áreas de risco”, destaca
Thales Sampaio, diretor de Hidrologia e Gestão Territorial. Sampaio explica que
os geólogos atuaram intensamente nos municípios de Colatina, Itaguaçu, Barra de
São Francisco, Águia Branca, Nova Venécia, Baixo-Guandu e Serra, no Espírito
Santo.
Em Minas Gerais os geólogos percorreram os
municípios de Aimorés, Resplendor, Governador Valadares, Capelinha, Timóteo,
Coronel Fabriciano e Ipatinga, onde vistoriaram áreas atingidas por inundações,
enchentes e deslizamentos, diz o geólogo Cássio Roberto da Silva, responsável
pelo Departamento de Gestão Territorial.
Juntamente com uma equipe de geólogos, Cássio
Roberto passou o Natal vistoriando áreas de risco em Colatina e Itaguaçu, onde
a CPRM já havia realizado no ano passado a setorização de áreas de risco alto e
muito alto. Ele relata a situação dramática da população nessas cidades. “Encontramos um cenário de
desolação, dezenas de deslizamentos, cidades inteiras inundadas, sem água e
energia elétrica”, diz o geólogo.
Área
de deslizamento vistoriada por geólogos
da CPRM em Colatina, Espírito Santo
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O
diretor Thales Sampaio elogia o trabalho dos profissionais da CPRM, que
ajudaram a salvar centenas de pessoas. “Uma
equipe de técnicos constatou risco de deslizamento em um trecho da BR 259 entre
Colatina Baixo-Guandu, que poderia atingir um povoado ao lado da rodovia, onde
moravam mais de 200 pessoas. Rapidamente acionamos a Defesa Civil, a qual
interditou a via e removeu as pessoas para local seguro”, conta o diretor, lembrando
ainda que, os geólogos continuam a trabalhar tanto em Minas, quanto no Espírito
Santo.
Segundo
Jorge Pimentel, responsável pela coordenação dos trabalhos de mapeamento, a grande maioria dos deslizamentos no Espírito
Santo ocorreu em áreas que haviam sido classificadas como de risco alto e muito
alto, nos trabalhos - de setorização de risco geológico - realizados pela CPRM
no estado desde 2011.
Mapeamentos de áreas de risco - A
CPRM está inserida nas ações do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a
Desastres Naturais. As ações do plano estão divididas em quatro eixos temáticos
- prevenção, mapeamento, monitoramento e alerta e resposta a desastres,
coordenado pela Casa Civil da Presidência da República.
A
missão da CPRM é identificar, caracterizar e
setorizar áreas de risco alto e muito alto em mais 800 municípios. “Já
concluímos o trabalho em mais de 500 municípios, e nossas equipes estão em
campo para ajudar a população. Os estudos irão orientar a tomada de decisões
para a redução dos danos resultantes de risco geológico, principalmente
escorregamentos, erosões, deslizamentos, enchentes e inundações, que
frequentemente têm causado a perda de vidas humanas e danos materiais”, informa
Thales Sampaio.
Geólogos
que participam dos trabalhos no Espírito Santo e Minas Gerais: Anselmo
Pedrazzi (Sureg-BH), Rafael Silva Ribeiro (Sureg-BH), Júlio Cesar Lana (Sureg-BH),
Antônio Carlos Senna Pena (Sureg-BH), Rafael Silva Araújo (Sureg-BH), Larissa
Montandon (Sureg-BH) e Lenilson J. Queiroz (Sureg-BH), Adriana de Souza
(Sureg-BH), Breno Augusto Beltrão (Sureg-PE), Andréa Fregolente Lazaretti (Sureg-PE),
Bruno Elldorf (Sureg-PE), Thiago Dutra Santos (ERJ), Ivan Bispo de Oliveira
filho (ERJ), Fernando Cunha (Sureg -SA), Iris Bandeira (Sureg-BE) e Dianne
Fonseca (Sureg-BE).