O
III Congresso Internacional de Meio Ambiente Subterrâneo (CIMAS), acontece de 1º
a 3 de outubro, em São Paulo, vai debater a situação de áreas urbanas
contaminadas no país, como o caso da USP Leste.
O evento contará com a participação do diretor de Hidrologia e
Gestão Territorial da CPRM, Thales Sampaio e do diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento, Antônio Bacelar. Na programação tem debates, mesas
redondas, talk show e conferências com renomados pesquisadores sobre a gestão
dos recursos hídricos e ambientais.
A contaminação do solo é
considerada um problema ambiental complexo e extremamente grave, que impacta
diretamente o meio ambiente e a sociedade. Consequência do aumento das
atividades poluidoras, da industrialização e da disposição indiscriminada de
resíduos no ambiente em tempos passados que transformou muitas áreas dos
centros urbanos, em enormes problemas ambientais.
O campus da Universidade
de São Paulo (USP), localizado na Zona Leste da capital paulista, é um exemplo
de como a disposição inadequada de resíduos no passado tornou-se um problema
atual, já que foi construído em uma área onde funcionava um aterro de lixo
orgânico, material que com o tempo se decompõe e emite metano, gás tóxico e
explosivo.
Everton de Oliveira,
presidente do CIMAS e secretário executivo da Associação Brasileira de Águas
Subterrâneas (ABAS) relata que a ocupação em áreas contaminadas é permitida desde
que uma criteriosa avaliação de risco toxicológico tenha sido realizada para
determinar os níveis máximos de exposição. “São muitos os fatores que devem ser
estudados para se garantir um uso seguro e legalmente correto do terreno”, explica
Oliveira.
Contaminação no Brasil -
Estima-se que o país possua cerca de 30 mil
terrenos contaminados, segundo dados da ABAS e, a maioria dos estados
brasileiros não possui um cadastro oficial de áreas contaminadas, o que agrava
ainda mais o reconhecimento e a reabilitação destes locais. Os principais tipos
de poluentes encontrados no Brasil são os de origem industriais:
matérias-primas, resíduos e insumos, como desengraxantes, combustíveis em
geral, organoclorados (solventes) e metais pesados.
O estado de São
Paulo possui 4.131 áreas contaminadas conhecidas,
sendo que a maior fonte de contaminação são os postos de combustíveis (78% do
total), segundo dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) de
2012. Destas, somente 342 foram reabilitadas e destinadas a novos usos. Em São
Paulo, estão localizados o maior número e os casos mais graves de contaminação
de todo o Brasil, na Região Metropolitana da Capital; além de ocorrências
nas cidades de Ribeirão Preto e Campinas e em seu entorno. “Por
ser o estado mais industrializado, São Paulo abriga os casos de contaminação
mais complexos”, informa o Oliveira.