terça-feira, maio 7

Encontro Brasil/Japão debate o “Atlântico Sul – Nova Fronteira do Conhecimento”



Solenidade de abertura do evento
Uma parceria de grande importância científica, política e econômica para o Brasil, esta foi a tônica do discurso do diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Manoel Barretto, ao participar da solenidade de abertura do projeto “Atlântico Sul – Nova Fronteira do Conhecimento” que está sendo realizado no Pier Mauá, de 6 a 8 de maio, no Rio de Janeiro.


Barretto destacou que esse evento é um marco para a história da CPRM. Há aproximadamente cinco anos a empresa iniciou projetos voltados para a geologia marinha, com expedições científicas ao Atlântico Sul, como na Elevação Rio Grande, onde foram encontradas amostras de granito a cerca de mil e quinhentos quilômetros da costa brasileira.

Com a parceria entre a CPRM e a Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia da Terra e do Mar (Jamstec) foi possível, por meio de mergulho utilizando o submersível Shinkai 6500, lançado do navio de pesquisas Yokosuka, pesquisar uma área equivalente à metade do Estado de São Paulo, que possivelmente se desprendeu durante a separação do continente sul-americano da África há cerca de 130 milhões de anos.  Na região, pesquisadores da CPRM e da Jamstec obtiveram evidências de ser parte da plataforma continental brasileira. O passo seguinte será desenvolver mais pesquisas com vistas a constatar os indícios da existência desse continente submerso. Dessa forma, o Brasil poderá certificar que a área do Alto do Rio Grande pertence ao continente brasileiro.

Barretto discursa durante a abertura do “Atlântico
Sul – Nova Fronteira do Conhecimento”
Barretto também ressaltou que a pesquisa oceanográfica, juntamente com a realização do Workshop on Brazil – Japan Cooperation in Science and Tecnology of South Atlantica, faz parte de um trabalho conjunto que tem produzido importantes resultados científicos para o Brasil e o Japão.

Segundo o diretor de pesquisa da Jamstec, Hiroshi Kitazato, essa é a primeira ação do gênero realizada pelo homem no Atlântico Sul. Kitazato afirmou que Brasil e Japão têm muitos pontos em comum, principalmente nas áreas do conhecimento e tecnologia. “Entendemos que não há parceiro melhor que o Brasil”, disse o pesquisador japonês, que fez questão de elogiar os pesquisadores brasileiros: “são os mais ativos, interessados e dedicados com os quais trabalhamos”, afirmou, lembrando que a Jamstec já realizou expedições com pesquisadores de vários outros países.

O evento, composto de workshop; exposição de apresentação de amostras de rochas coletadas no fundo oceânico, painéis e gráficos; e visitas ao navio japonês Yokosuka e ao submersível Shinkai 6500 (submersível tripulado com maior alcance de profundidade no mundo, podendo atingir 6.500 metros de profundidade).
Participaram da abertura, além do diretor-presidente da CPRM e do diretor de pesquisa da Jamstec, o embaixador do Japão no Brasil, Akira Miwa, e representantes dos ministérios de Relações Exteriores, da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Meio Ambiente, e membros da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Sercirm) da Marinha do Brasil.

Também estiveram presentes os diretores da CPRM: de Geologia e Recursos Minerais, Roberto Ventura; de Hidrologia e Gestão Territorial, Thales Sampaio; de Relações Internacionais e Desenvolvimento, Antônio Bacelar; e de Administração e Finanças, Eduardo Santa Helena.

Após a abertura, os convidados visitaram as instalações do Yokosuka e puderam entrar no submersível Shinkai.


Visita ao navio japonês Yokosuka. Ao fundo o 
submersível Shinkai