segunda-feira, abril 1

CPRM comemora o Dia Mundial da Água

O engenheiro hidrólogo Frederico Peixinho comanda 
a apresentação

A convite da Comissão de Sustentabilidade do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o chefe do Departamento de Hidrologia e engenheiro hidrólogo, Frederico Peixinho, apresentou, nesta quarta-feira (27/3), no escritório do Rio de Janeiro, palestra sobre os diversos desafios da água e sua importância tanto para a sociedade como para o indivíduo. A trilogia água, saneamento e saúde; a água no Brasil e no mundo e, principalmente, a CPRM na geração e difusão desse conhecimento foram os assuntos abordados na apresentação, que teve direito até à filosofia e reflexões, como: “como a ciência e a tecnologia pode contribuir para qualidade de vida planeta?”. O evento foi uma homenagem ao Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março.


“Vim transferir um pouco do conhecimento que nós adquirimos durante a nossa trajetória profissional. É uma temática desafiadora”, declarou Peixinho, lembrando do estudo já realizado pela CPRM envolvendo o tema que, de tão importante, se perde a dimensão.

De acordo com o engenheiro hidrólogo, o Brasil passa por frequentes problemas aquáticos, como cheias e inundações, escassez e poluição. As águas superficiais no Brasil correspondem a 12% do volume mundial e as águas subterrâneas em 112.000 km³. Segundo o palestrante, a CPRM possui um importante papel nas áreas brasileiras, através de projetos como a implantação de redes de monitoramento de águas subterrâneas e superficiais e o apoio à política nacional; a atuação nos estudos hidrológicos; a rede Hidrometeorológica Nacional, com a cooperação com a Agência Nacional de Águas (ANA); o sistema de previsão em bacias, entre outros.

Coordenadora da Comissão de Sustentabilidade, 
Isabel Tombini, encerra o evento
Além disso, Peixinho divulgou que o Projeto de Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas (Rimas), já conta com 352 poços instalados, e que o Sistema de Informações (Siagas) conta atualmente com 227 mil poços cadastrados. “Até 2015 temos a meta de ter mil poços monitorando as águas subterrâneas”.

O chefe do Departamento de Hidrologia deu também algumas dicas básicas para evitar o desperdício de água no dia a dia, como não demorar no banho, fechar a torneira enquanto se escova os dentes e fazer reutilização da água. “É um recurso que nos foi dado pela natureza, temos que ser solidários. É um bem de todos”.

A coordenadora da Comissão de Sustentabilidade da CPRM, Isabel Tombini, encerrou o evento divulgando que, em alguns dias, os copos plásticos serão retirados e substituídos por copos biodegradáveis, para uso exclusivo dos visitantes da empresa, e lembrou que o projeto Plástico Zero continua. “Esse é um momento para refletir sobre o nosso futuro”, disse.

Em 1992, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o 22 de maio como o Dia Mundial da Água com o objetivo de refletir, conscientizar, discutir e buscar uma solução para a poluição, desperdício e escassez de água no planeta, e outros diversos temas relacionadas a este bem natural.


Declaração Universal dos Direitos da Água
Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.