A CPRM enviou
uma equipe multidisciplinar para a cidade de Lapão (BA) para avaliar os
problemas de subsidências ocorridos na região, identificando cavidades
subterrâneas com a utilização de métodos geofísicos, setorizar as áreas de
riscos, e fazer uma avaliação hidrogeológica da região.
Os profissionais percorreram durante a visita de reconhecimento toda a bacia do rio Juá e o seu entorno onde já se encontram cadastrados cerca de 600 poços tubulares. Nesta oportunidade foram recadastrados cerca de 35 poços pré-selecionados passiveis de serem utilizados como estações de monitoramento.
Os profissionais percorreram durante a visita de reconhecimento toda a bacia do rio Juá e o seu entorno onde já se encontram cadastrados cerca de 600 poços tubulares. Nesta oportunidade foram recadastrados cerca de 35 poços pré-selecionados passiveis de serem utilizados como estações de monitoramento.
A
bacia se estende de leste para oeste por cerca de 55 Km cortando o município de
Lapão. Nasce na localidade de Gameleira e desemboca no rio Verde já no
Município de Uibaí. Esta bacia encontra-se com restrição para utilização de
águas subterrâneas pelo órgão gestor de meio ambiente do estado.
A equipe contou com a participação dos
técnicos Amilton Cardoso, Francisco Negrão, Angeval Brito e Fernando Cunha (SUREG-SA),
Roberto Gusmão (SUREG-RE), Ivan Bispo de Oliveira (ERJ) e Carlos Eduardo
Oliveira (REPO).
Em
seguida dentro do perímetro urbano da cidade de Lapão, na área circunscrita
pelos abatimentos cársticos e fraturas, a equipe elegeu 7 poços tubulares entre
públicos e privados para a instalação de estações de monitoramento nas áreas
críticas com perspectiva de expansão para a área periurbana. Esses pontos de
monitoramento estão sendo solicitados aos seus proprietários, através de acordo
de sessão de uso, para a implantação efetiva das estações.
Para a
realização de um adequado zoneamento de risco geológico na cidade do Lapão é fundamental
o conhecimento da distribuição e dimensão das cavernas que ocorrem no subsolo
da área urbana. Neste trabalho, os levantamentos geofísicos que estão sendo
realizados por pesquisadores da CPRM empregam o método de eletrorresistividade.
Este método identifica as variações de resistividade elétricas nas rochas,
permitindo a interpretação de estruturas e variações litológicas ao longo de
seções verticais. Uma visão tridimensional também poderá ser obtida mediante a
realização de várias seções verticais próximas e paralelas.
Partindo do
princípio que nesta época do ano o nível freático da região está muito
rebaixado e que grande parte das cavernas está vazia, espera-se que o método
empregado seja capaz de identificar a forte resistividade elétrica do ar que
preenche os espaços vazios no subsolo. Por outro lado, locais onde a rocha foi
deformada por atividades recentes produzidas por processos de subsidência
poderão ser identificados pela localização de zonas verticais com baixa
resistividade elétrica associada com zonas de fraqueza das rochas calcárias
desagregadas e parcialmente alteradas, argilas e a umidade do solo. A
identificação de conexões entre zonas de baixa e alta resistividade elétrica
poderá ser a chave para a compreensão do grau de evolução do ambiente de
carstificação que está em desenvolvimento na região e desta forma fornecer
indicações do nível de risco geotécnico ao qual a população da cidade está
sendo submetida.