A expedição coletou amostras em 30 pontos na região
do arquipélago
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Equipe de
pesquisadores da CPRM acaba de realizar o primeiro mapeamento no fundo do
oceano na região do arquipélago de Fernando de Noronha. A expedição realizada em
novembro do ano passado coletou amostras de rochas e sedimentos em 30 pontos,
em profundidades que chegaram a 50 metros. Um barco do Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apoiou a operação. O material coletado
terá sua composição química analisada em laboratório e encaminhado para
datação.
O diretor
de Geologia e Recursos Minerais, Roberto Ventura acompanhou o trabalho dos
pesquisadores da CPRM. Segundo ele, o estudo faz parte do projeto de geologia
marinha que está sendo desenvolvido pela empresa, considerado estratégico pelo
governo, porque visa mapear os recursos minerais tanto na plataforma
continental jurídica brasileira, quanto em águas internacionais.
Segundo a geóloga Hortência Maria Barboza de
Assis, que coordenou o trabalho de campo em Noronha, é importante ter o conhecimento
mineral de Noronha para orientar ações de conservação. “O nosso trabalho vai
ajudar com dados do que pode ser explorado e o que deve ser conservado no meio
abiótico,” explica a pesquisadora.
Imagens do fundo do oceano
Um dos
cuidados adotados para manter o equilíbrio ecológico da ilha, foi o uso de uma
câmera acoplada ao casco da embarcação para orientar a ancoragem. Também foram
gravadas imagens inéditas da coleta de amostras e sedimentos no fundo do mar,
explica a pesquisadora. Para o trabalho foi adquirido um martelo inercial para
coleta de material mais resistente, como as magmáticas e sedimentares. “Não
utilizamos equipamentos clássicos por se tratar de uma unidade de conservação
que requer cuidados especiais com o ecossistema”, destaca a geóloga.
Tecnologia de ponta
Antes da
expedição, equipe do CPRM realizou no início do ano mapeamento do fundo do mar
a partir de uma aeronave. A tecnologia, chamada Shoals-1000T, utiliza dois
feixes de laser, um verde e um infravermelho. O primeiro registra o relevo e o
segundo calcula a lâmina-d’água. Hortência explica que normalmente esse tipo de
levantamento é feito de barco, com equipamentos específicos. “De avião
adversidades como variações das ondas, que em Noronha são fortes não atrapalham
nos resultados”, explica.