quarta-feira, novembro 21

Brasil avalia potencial mineral do Atlântico

Imagem ilustrativa

A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) está finalizado relatório sobre o potencial mineral de uma área de 3 mil km² localizada em águas internacionais do Atlântico, numa região conhecida como  Alto do Rio Grande, situada a mais de 1.500 km da costa brasileira. O estudo será apresentado em breve ao governo, que pedirá permissão ao ISBA para realizar pesquisa mineral na região onde os pesquisadores da CPRM encontraram indícios de ferro, manganês e cobalto. “Além do caráter estratégico, essa iniciativa brasileira traz em seu bojo a formação de recursos humanos e o desenvolvimento tecnológico”, avalia Roberto Ventura, diretor de Geologia e Recursos Minerais da CPRM.


Ventura informa também que o órgão já está mapeando outra área no Atlântico, na dorsal oceânica ao Norte do Arquipélago São Pedro-São Paulo. Nessa região já foram realizadas duas expedições e a terceira começa nesta semana, quando navio pesquisa zarpa do porto de Natal levando a borda geólogos da instituição para mais uma jornada de 35 dias no mar. Nesta área o potencial mineral é para mineralizações sulfetadas (Cu, Ni, Zn). Segundo Ventura o Atlântico Sul tem sido alvo de pesquisas e estudos por parte de outros países, como Rússia, França, Coreia do Sul e China, tendo os dois primeiros já requerido autorização para pesquisa mineral na região junto à ISBA.

“Estamos iniciando um processo de pesquisa de médio e longo prazos que envolvem o desenvolvimento de tecnologias para exploração dessas áreas”, explica Ventura. Para o diretor, os estudos ampliam a presença brasileira no Atlântico. As pesquisas estão sendo realizadas por equipes multidisciplinares formadas em diversas áreas de conhecimento. Ente elas, geologia, biologia, geofísica, geociência, além de estudantes. A ideia é permitir a iniciação cientifica, a geração de conhecimento e a capacitação de especialistas para que o país possa estar apto a pesquisar e explorar em águas profundas. No total, o projeto envolve cerca de 80 pesquisadores de diversas instituições e conta com a parceria de universidades. Os recursos para continuação do projeto estão no orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na ordem de R$ 90 milhões previstos para os próximos anos.