quinta-feira, julho 26

Superintendência de Manaus apresenta projetos sobre águas subterrâneas na Câmara Municipal


A Superintendência Regional de Manaus participou, na manhã de ontem (25/7), do ciclo de palestras para revisão do Plano Diretor da Cidade de Manaus realizado na Câmara Municipal da cidade. O plano que tem como objetivo sistematizar a evolução econômica, física e social da capital, necessita de embasamento técnico para integrar adequadamente ambiente e sociedade.





Superintendente Marco Oliveira




O superintendente regional de Manaus, Marco Antônio Oliveira, deu início a sessão falando da importância de se conhecer o meio físico em que se vive, suas qualidades e características para que não haja má utilização do território para construção, assentamentos em áreas indevidas e danos ambientais. "Daqui a 50 anos a cidade de Manaus estará completamente mudada, as pessoas já não serão as mesmas, ela cresce a cada dia. O único meio que continuará interagindo independente da sociedade, será o meio físico", afirmou.




Em seguida, o hidrogeólogo Carlos Bezerra de Aguiar apresentou os projetos Rimas (Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas) e Siagas (Sistema de Informações de águas Subterrâneas). Carlos Aguiar chamou a atenção das autoridades para a situação da zona situada ao Leste da capital, onde há a maior concentração de poços clandestinos. "Caso não haja fiscalização na Zona Leste de Manaus, onde há o maior número de poços irregulares, aponta-se através de estudos que aproximadamente em 2015, a reserva do aquífero subterrâneo daquela área chegará a zero para água potável", disse. O hidrogeólogo afirmou ainda que é necessária uma intervenção do órgão de fiscalização inclusive para lacrar alguns já existentes.  
 
 
Hidrogeólogo Carlos Bezerra de Aguiar
Marco Antônio Oliveira complementou, informando que a água potável do Aquífero Altér do chão é servida até 200m. Como possuímos uma margem de águas subterrâneas já poluídas, quando se perfura um poço tubular é necessário dispensar os primeiros 30/50m e utilizar os outros 150m. Na Zona Leste de Manaus para se encontrar água é necessário perfurar no mínimo 180m no ano de 2012, faltando apenas 20m para chegar a margem limite. "As águas acima de 200m de profundidade são salinizadas e impróprias para consumo", esclareceu.

A cidade de Manaus possui atualmente cerca de 15 mil poços tubulares, os quais, aproximadamente, 5 mil são cadastrados, 3 mil são abandonados e os restantes perfurados de forma clandestina. O pesquisador apontou como uma solução para o abastecimento de água a utilização da água de superfície servida pelo rio Negro que tem capacidade para abastecer mais 20 cidades nos padrões de Manaus.