Lavanderia em uso no sistema da barragem subterrânea ZW-3, no município de Serra Talhada |
Um ano e
meio após o encerramento das atividades do projeto “Monitoramento Social em
Áreas de Barragens Subterrâneas”, o Serviço Geológico do Brasil retornou às
comunidades do sertão de Pernambuco acolhidas pela iniciativa para avaliar os
resultados. A visita técnica, realizada pelo pesquisador em geociências e
engenheiro Aerton Zamboni Maia, da Superintendência Regional de Recife
(Sureg-Re), verificou a sustentabilidade das ações técnicas e sociais
empreendidas durante o período em que a CPRM atuou na área.
As
vistorias foram realizadas nos municípios pernambucanos de Custódia e Serra
Talhada, beneficiados desde 2008 com sistemas simplificados de abastecimento
por água subterrânea - compostos por cinco barragens,
além de poços amazonas, chafarizes e sistemas de distribuição – instalados
através do projeto “Caracterização
Regional e Difusão Tecnológica para Uso Sustentável dos Recursos Hídricos das
Aluviões do Semi-Árido Brasileiro” (Proaluv). Nas áreas de implantação, os sistemas levam água
à população historicamente atingida por longos períodos de estiagem e seca, e
auxiliam na execução de tarefas do dia a dia.
Sistema de Abastecimento Simplificado da Barragem Subterrânea ZW-2 em Olho D’água em Serra Talhada |
“Em
Custódia, por conta da falta de água, é comum amigos e familiares se deslocarem
até a comunidade do Ingá, onde está uma das barragens, para lavar roupas, já
que lá é um dos poucos locais onde ainda há água”, explica Zamboni. Já no
município de Serra Talhada, quatro sistemas abastecem aproximadamente 100
famílias das comunidades de Sítio São José, Conceição de Cima, Areia Branca,
Conceição do Meio e Olho D’água, no distrito de Caiçarinha da Penha.
Apesar
dos sistemas implantados se mostrarem alternativas viáveis à convivência com a
seca, o pesquisador identificou a necessidade de alguns ajustes. “Além do
racionamento d’água, é preciso conscientizar a população quanto à necessidade
do consumo sem desperdício para estender a disponibilidade de água ao máximo
para a comunidade”, afirmou o engenheiro.
Enquanto
Pernambuco passa pela maior estiagem dos últimos 30 anos e já conta com mais de
90 municípios em situação de emergência, as comunidades abastecidas pelas
barragens subterrâneas implantadas pela CPRM ainda dispõem de água.
“Durante
a visita pudemos ver que além das barragens subterrâneas, o trabalho social
feito junto às comunidades possibilitou o desenvolvimento de um sistema de
gestão comunitária que é ajustado cotidianamente, no qual as pessoas assumem e
valorizam o empreendimento. Agora, com a estiagem presente, as comunidades
estão encontrando novas formas de gerenciar os recursos atuais e, assim, manter
a disponibilidade de água na região”, comemora Zamboni.