O equipamento vai permitir segurança na interpretação das análises e alavancar a geração de conhecimento geológico no país |
O Serviço
Geológico do Brasil (CPRM) acaba de montar moderno microscópio eletrônico de
varredura (MEV), no laboratório de Estudos Geocronológicos, Geodinâmicas e
Ambientais, da Universidade de Brasília (UnB), que faz parte da Rede
Geochronos. A aquisição do equipamento foi possível graças ao convênio firmando
entre as duas instituições. A parceria busca capacitar pesquisadores
brasileiros e dar um salto qualitativo nas pesquisas de mapeamento geológico e
recursos minerais desenvolvidas no país.
O
equipamento adquirido com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) custou cerca de 1 milhão de reais, incluindo montagem e treinamento de
pessoal. De acordo com o coordenador do laboratório, prof. Elton Dantas, a
intenção da UnB é ampliar parceria com a CPRM. “Além dos pesquisadores da CPRM,
o aparelho será utilizado em projetos ligados à graduação e pós-graduação em
geologia, pela Petrobras e universidades do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.”
destaca.
Câmara interior do MEV onde as amostras podem ser analisadas sob pressão ambiente, baixo ou alto vácuo |
O MEV é
um dos mais modernos equipamentos disponíveis no mercado consolida o
laboratório da UnB como referência na datação da idade dos minerais na América
Latina. Segundo Dantas, o diferencial do equipamento é a capacidade analítica
dos elementos, alta definição de imagens de catodoluminescência. O aparelho
permite análise de amostras de minerais com até 14 cm. “Vamos gerar
conhecimento a partir de dados analíticos de alta precisão”, avalia Dantas.
A
pesquisadora em geociências Joseneusa Brilhante Rodrigues trabalha no Departamento
de Recursos Minerais da CPRM, ela está utilizando o MEV para análises
geocronológicas que darão suporte a diversos projetos de pesquisa da empresa,
como Terras Raras e Diamante Brasil. Para Joseneusa, o equipamento permite
análises químicas qualitativas com precisão, além de produzir imagens de alta
definição. “Agora temos mais segurança na interpretação das analises U-Pb”,
comenta a pesquisadora. “O MEV poderá ser utilizado para uma série de pesquisas
que vai além da datação de amostras de rochas, contemplando as análises de
fósseis e de ligas metálicas”, explica.
Joseneusa
também destaca que o MEV vai permitir o aprimoramento dos profissionais que
atuam na CPRM. “Nos últimos anos a CPRM deu um salto tecnológico ao reformar e
criar novos laboratórios. Isso motiva os pesquisadores que atuam na empresa e
alavanca a geração de conhecimento geológico do país”, avalia. A pesquisadora
explica que o aparelho é capaz de ampliar mais de 15 mil vezes imagens de
amostras de minerais. A leitura das amostras é feita por um feixe de elétrons
emitido na superfície da amostra. Os elétrons interagem com o mineral
permitindo ao pesquisador avaliar entre outras coisas, sua composição química.
Assista ao vídeo explicativo sobre o MEV