Ela chamou a conferência de imprensa para informar sobre o primeiro ano de operações da Mulher da ONU. Com medidas de austeridade, cortes no orçamento e mudanças políticas impactando a vida das mulheres, em todo o mundo, Bachelet delineou o programa de ação da organização em sua primeira conferência de imprensa de 2012.
"Minha principal prioridade para 2012 será renovar os esforços para alavancar o empoderamento econômico e a participação política. Isto é em resposta às demandas das mulheres e também aos recentes acontecimentos, para as transformações que ocorrem nas esferas política, social e econômica", disse Bachelet. "Com a crescente demanda por justiça, as próximas eleições em muitos países e a transição política, podemos abrir portas mais largas para mulheres em busca da dignidade e direitos que todos os seres humanos têm direito", acrescentou.
Focando fortemente sobre os dois principais acontecimentos que dominaram o debate global em 2011 - os movimentos democráticos nos Estados Árabes e a continuidade das crises financeira e econômica - Bachelet destacou os desafios que surgiram para os direitos das mulheres, mas também as oportunidades, e a resposta da ONU Mulheres para o cenário de mudanças na geopolítica.
A ONU Mulheres, por exemplo, apoiou a criação de Lobby da Mulher Egípcia, uma associação de 500 grupos, e facilitou a formulação de suas reivindicações na Carta das Mulheres Egípcias. A organização também está trabalhando cada vez mais com o setor privado: 257 CEOs, até agora, assinaram os Princípios de Empoderamento das Mulheres que apresenta um guia empresarial para a criação de mais e melhores condições equitativas para as mulheres. Os Princípios foram desenvolvidos pela ONU Mulheres em colaboração com o Pacto Global das Nações Unidas.
Com o novo gerenciamento da ONU Mulheres, primeiro plano estratégico e orçamento operacional estabelecidos, Bachelet destacou algumas conquistas importantes ao longo deste primeiro ano da organização, tais como: presença de mulheres líderes durante a Assembleia Geral da ONU para pedir às lideranças mundiais mais mulheres na política e adoção de ações por meio da resolução GA, em dezembro, que convida os países a tomar medidas concretas para aumentar a participação política das mulheres; trabalho em ambientes favoráveis e mercados para capacitar as mulheres rurais; lançamento de uma agenda política global pelo fim da violência contra as mulheres e iniciativa para oferecer serviços essenciais para sobreviventes; expansão do papel das mulheres nas negociações de paz, construção da paz e recuperação de países por meio da formação das mulheres na África e Ásia como mediadoras na prevenção de conflitos e facilitar a participação das mulheres nas conferências a fim de gerar compromisso internacional para o Afeganistão e o sul do Sudão; avanço nos esforços de capacitação em mais de 50 países na análise de gênero e orçamento para gerar orçamentos e políticas mais equitativos. Além disso, foi elaborado um plano facilitado pela ONU Mulheres que representa uma estrutura mais forte para melhorar a coordenação e a prestação de contas dentro do Sistema das Nações Unidas sobre as atividades relacionadas a gênero.
Em 2011, as contribuições para a ONU Mulheres totalizaram US$ 235 milhões, representando um aumento de 33% a partir de 2010, e uma ampliação da base de doadores. Entretanto, será necessário intensificar os esforços de captação de recursos para alcançar a meta de US$ 700 milhões para 2012-2013.
Convidando todos os parceiros e enviando uma forte mensagem sobre a urgência de garantir que as mudanças políticas e cortes no orçamento não retrocedam os ganhos duramente conquistados pelo movimento de mulheres de todo o mundo, Bachelet destacou a necessidade de proteger e promover a igualdade de gênero como uma questão de prerrogativa moral, bem como uma necessidade prática.
"Nós simplesmente não podemos mais negar o potencial da metade da população. O mundo precisa aproveitar o talento e a sabedoria das mulheres. Se o problema é a segurança alimentar, a recuperação econômica, saúde ou paz e segurança, a participação das mulheres é necessária agora mais do que nunca", concluiu Michelle Bachelet.
Nota para os/as jornalistas
A Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) é a organização da ONU dedicada à igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres. Um campeão mundial de mulheres e meninas, Mulheres das Nações Unidas foi criada para acelerar o progresso e o pleno atendimento das suas em todo o mundo.